quinta-feira, 28 de julho de 2011

Darkroom

Bato à porta, e quando abro minhas mãos já não a tocam, porque portas não existem e o que se apresenta a mim é a mais triste escuridão.
Minhas mãos palpeiam o desconhecido, corpo esquálidos sem nome, sem expressão de mãos que me palpeiam. São as bocas que me tocam, são os ávidos de minha alma que tocam a pélvis em doce.
Transborda pelo chão o amargor de minhas entranhas e se juntam com tantos outros em minha busca tátil pela escuridão.
Meus olhos eram cores, luzes e pupilas dilatadas em pó de fadas viajando pelas asas de um dragão. Agora em minha frente só vejo a escuridão e nada mais.
Ninfas tocam o falo de honra e rasgam as pregas de minha dignidade, abrem e tecem os fios do meu destino em bocas que me tocam, em olhos que não me vêem e em fluidos que se espalham pelo chão nesta caixão de escuridão.
De suas arestas brotam homens e de seus ângulos escorrem os musgos da desonra que passam pelo corpo exausto de molhado num banho seco, numa sauna de paredes douradas.

Um comentário:

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